Do extrativismo consciente à alta gastronomia, iguaria europeia ganha espaço em Santa Catarina e movimenta economia, pesquisa e turismo de experiência – Foto: DivulgaçãoNa Serra Catarinense, as manhãs de outono e inverno ganharam novos protagonistas. Entre as florestas de pínus, passos que quebram o silêncio revelam famílias, pesquisadores e empreendedores em busca de um dos cogumelos mais cobiçados do mundo: o porcini.De origem europeia e tradicional na culinária italiana e francesa, o fungo encontrou em Santa Catarina as condições ideais de solo, umidade e temperatura para surgir de forma espontânea, tornando o estado um dos poucos do Brasil onde é possível encontrá-lo. O cenário, que mistura extrativismo consciente e turismo de experiência, também movimenta a economia local. Considerado o “rei dos cogumelos”, o porcini é valorizado na alta gastronomia e, quando produzido no país, pode chegar até mil reais o quilo — e o dobro do preço na versão importada.Ao redor dele se desenha uma cadeia que vai da colheita artesanal à mesa sofisticada, mostrando como um recurso da floresta pode conectar inovação no agro, consciência ambiental e oportunidades de renda na serra.Da floresta para a mesaEncontrar um porcini não é tarefa simples. Ele nasce escondido entre as raízes dos pinheiros, muitas vezes coberto pela palha que cai das árvores, exigindo paciência e olhos atentos de quem se aventura na busca.É uma verdadeira caçada, marcada pela incerteza: “Tem dias que é assim, a gente ...